Em 1968 foi criado o Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), cujo objetivo principal é promover o homem por meio da melhoria da qualidade de vida no meio rural.
As Escolas Famílias Agrícolas, nasceram na França em 1935, como resposta aos desafios e necessidades do homem rural. Essa experiência chega ao Brasil nos anos 60 com o padre jesuíta Humberto Pietogrande e sob a influência das Scuole Della Famiglia Rurale da região de Veneto, na Itália, local de origem do jesuíta. Nessa época o Brasil estava passando por grandes transformações econômicas e políticas. O êxodo rural era intenso, muitas famílias estavam deixando suas terras e migrando para os centros urbanos em busca de melhores condições de vida.
A base para a ação será a promoção do homem todo e de todos os homens, entendido em todas as suas dimensões: espírito, mente, corpo, inteligência, sensibilidade, individualidade, sociabilidade…, sem admitir nenhuma exclusão. Qualquer programa feito para aumentar a produção não tem, afinal, razão de ser, senão colocado a serviço da pessoa humana. Deve reduzir desigualdades, combater discriminações, libertar o homem da servidão, torná-lo capaz de, por si próprio, ser o agente responsável de seu bem estar material, progresso moral e desenvolvimento espiritual. (Pietrogrande, 1974)
É bom lembrar o passado, as motivações, as realizações, as esperanças de um tempo. Como nasce uma grande idéia? Em que momento a luz interior ilumina,a ponto de tornar-se realidade o que era apenas um sonho? Em que momento uma “vontade de transformar” se torna “ação transformadora”?
Na história do MEPES, a resposta a essas perguntas estava com uma única pessoa: Padre Humberto Pietrogrande. Foi nele que, há mais de 42 anos nasceu a ideia do MEPES, ideia que se tornou vontade, vontade que se materializou na mais importante iniciativa de que se tem notícia no áis, na área de ensino agrícola.
A história deste Movimento foi marcada por ações pioneiras, dentro de uma visão de futuro, buscando, a promoção integral do ser humano e melhoria da qualidade de vida no campo. Através da Ação Comunitária, iniciou suas atividades de diagnóstico da situação e promoveu atividades para despertar a participação das comunidades nas áreas de educação e saúde. Nasceu também a ideia de adotar a Escola Família Agrícola como um modelo diferenciado para o meio rural, com educacional enfoque no desenvolvimento rural sustentável; e na área da saúde, a construção de um Hospital em Anchieta/ES e instalando mini-postos de saúde em diversas comunidades do município.
Uma estratégia importante nesta conquista é a participação das comunidades e das famílias em todos os níveis de trabalho: superior, gerencial e operacional. A metodologia promocional do Movimento não abre mão deste requisito e reconhece a chave de todo o sucesso do trabalho: a ativa participação dos elementos envolvidos, quer nas Escolas, quer no Centro de Formação, quer no Centro Comunitário de Saúde e na Ação Comunitária.